De Michel Foucault a Judith Butler: a Gênese do Conceito de Performatividade

O artigo explora as teorias de Michel Foucault e Judith Butler, com foco no conceito de performatividade. O estudo busca uma interlocução entre esses autores, destacando a relevância desse conceito para a academia, o movimento feminista e o ativismo LGBTQIA+. A primeira parte aborda a história da sexualidade segundo Foucault, enquanto a segunda reflete sobre os pressupostos de Butler. Foucault destaca que o discurso sobre o sexo foi incitado a partir do século XVI, ligando-o a instituições de poder, como a tradição católica e a confissão. O controle sexual foi associado à doença mental, criando normas que perpassaram as idades e instituições modernas de saúde pública. Em contrapartida, Butler questiona a existência de um corpo pré-concebido, afirmando que gênero e corpo são produzidos por discursos. A performatividade permite a reinvenção dos mesmos, desfazendo a dissociação entre sexo e gênero. A revisão de literatura adota uma abordagem qualitativa, compreendendo aspectos subjetivos. Utiliza resgate bibliográfico e explora diálogos entre os autores Foucault e Butler. Foucault destaca que o discurso sobre o sexo se manifestou nas instituições de poder, associando-o à doença mental e criando controles diversos. Butler questiona a existência de um sujeito prévio ao ato, enfatizando que corpo e gênero são produzidos por discursos. A performatividade possibilita a reinvenção e recriação de identidades de gênero, desfazendo a ideia de uma realidade essencial. Butler ressalta que o gênero é uma construção social, performativamente constituído por atos e formulações que consolidam percepções sociais. Isso possibilita desconstruir ou reformular o gênero. Assim como Foucault, ela acredita que a subversão deve ocorrer dentro das estruturas discursivas existentes, encontrando brechas para a agência e a paródia que evidenciem a natureza construída do gênero.