GEOMORFOLOGIA EÓLICA CONTINENTAL E OSCAMPOS DE DUNAS HOLOCÊNICAS DO PAMPA NORIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Os sistemas de depósitos eólicos continentais constituem feições arenosas inativa e
ativas, composta de sedimentos eólicos, que surgem de uma multiplicidade de conformações
ambientais, sob distintas condições climáticas, que variam de úmidas/subúmidas a
semiáridas/áridas. O sudoeste do Rio Grande do Sul expõe manchas de areia (areais) encravadas
na paisagem do Pampa, o bioma campestre, que representa 63% do território do estado. São
formações superficiais, compostas por depósitos eólicos estáveis e instáveis, que representam a
herança de variações climáticas, ao longo do Quaternário, sob condições de climas mais secos do
que o atual, e que fornecem evidências paleoclimáticas importantes na compreensão dessa
paisagem. Os depósitos de areia, cuja gênese é identificada em climas secos, estão, ao mesmo
tempo, sob a ação eólica mais intensa, nos períodos de escassez hídrica, e sujeitos às erosões
superficial e subsuperficial, em estações chuvosas, o que remobiliza os sedimentos eólicos
inconsolidados, dando início ao processo de arenização e à formação de areais. Dessa maneira,
com o intuito de compreender a dinâmica hídrica-eólica na área de ocorrência de arenização e de
formação dos areais, faz-se pertinente o estudo das tipologias de feições típicas de ambientes
semiáridos, áridos e hiperáridos, bem como o estabelecimento das relações entre as formações
superficiais, os processos de arenização e os depósitos eólicos do Quaternário. Assim, pretendese,
neste capítulo, expor os pressupostos teórico-metodológicos, que fundamentaram a pesquisa,
a partir da revisão da literatura, referente à temática abordada, trazendo o estado da arte sobre os
sistemas eólicos continentais de interiores nessa porção do Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil.