10.6084/m9.figshare.11634129.v2
Catarina Vitorino
Catarina
Vitorino
UMA VIAGEM AOS MEANDROS DO INFERNO VERDE NOS ANOS DE INAUGURAÇÃO DO HOTEL AMAZONAS Planos discursivos da campanha publicitária na revista “O Cruzeiro” 1950-1951
figshare
2020
análise de discurso
hotel amazonas
inferno verde
amazónia
modernismo
ecologia
Architectural Design
Architectural History and Theory
Visual Communication Design (incl. Graphic Design)
Built Environment and Design not elsewhere classified
Studies in the Creative Arts and Writing not elsewhere classified
Environmental Humanities
Discourse and Pragmatics
Language in Culture and Society (Sociolinguistics)
Literature in Spanish and Portuguese
2020-02-11 15:09:19
Preprint
https://figshare.com/articles/preprint/UMA_VIAGEM_AOS_MEANDROS_DO_INFERNO_VERDE_NOS_ANOS_DE_INAUGURA_O_DO_HOTEL_AMAZONAS_Planos_discursivos_da_campanha_publicit_ria_na_revista_O_Cruzeiro_1950-1951/11634129
O trabalho tem como objectivo desenvolver uma reflexão
crítica sobre a temática ambiental na esfera do discurso da arquitectura e construção,
a partir da fórmula “Inferno Verde”, uma designação da floresta da Amazónia
proveniente do discurso literário. O objecto de análise incide sobre a campanha
publicitária de um hotel em Manaus na década de 1950, examinada segundo o dispositivo
teórico-metodológico da análise de discurso de vertente enunciativa,
acionando-se um procedimento fundado por uma semântica global. De entre os
diversos planos discursivos, objecto de integração nesta análise, destacam-se as
noções de intertextualidade, interdiscurso e ethos discursivo, como propostos
por Dominique Maingueneau. A investigação realizada incide sobre dois
iconotextos selecionados dessa campanha, publicados numa revista ilustrada de
grande tiragem em 1950 e 1951, colocando em confronto os efeitos de sentido
pretendidos e produzidos, com as condições e instâncias de enunciação. Os
resultados salientam as tensões existentes entre sentidos e discursos
contrários bem como a utilização na sua retórica da fórmula Inferno Verde como simulacro.
Simultaneamente que é engendrada a ilusão de imersão do objecto arquitectónico num
universo natural inóspito, é também recriado um simulacro desse próprio espaço,
junto do qual o hotel ganha atractividade por constraste e distanciamento, e o
qual, quando perpetuado como contaminante no discurso da modernidade condiciona
o entendimento do ecossistema natural apenas como paraíso tropical enquanto murado,
domesticado e em suma, urbanizado.